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Neste verão de 2017 alugamos dois motorhomes para nossa viagem pela Europa. Nós (eu e Dani) e o casal Crespi (Fernando e Paula).
Como eu já sabia desde a nossa última viagem de motorhome, na Alemanha, a oferta de modelos e mesmo o preço são bem melhores que em outras partes da Europa, e de fato, encontrei os dois modelos que queria em Frankfurt, na McRent. (Em 2013, também havia alugado deles, só que na franquia de Mannheim.)
O plano era levar meus filhos para o Summer Camp, em Verbier, na Suíça e viajar por duas semanas. Aí passaríamos uma semana na Grécia e voltaríamos para pegar os filhos e regressaríamos para a Costa Rica. Os Crespi seguiriam da Grécia para o Brasil.




Saímos da Alemanha para a Suíça e dormimos uma noite em um camping em Le Bivouac, próximo de Verbier.
No dia seguinte, pela manhã, deixamos o Felipe e o Gabriel e seguimos para um camping nos arredores de Zurique. Ao amanhecer pegamos a estrada para Salzburgo. Passamos o dia e aproveitamos as quatro bicicletas alugadas que estavam no rack do motorhome dos Crespi para dar nossa primeira pedalada.


Salzburgo é uma cidade superagradável. Prédios muito bonitos e em estado de conservação impressionante (como todos na Áustria!). Pedalamos beirando rios menores até atingir o rio principal e chegarmos ao centro antigo que é espetacular. Prendemos as bikes em uma árvore e saímos andando pelas ruelas cheias de lojas até chegarmos na praça principal onde sentamos para curtir o movimento do lugar bebendo um vinho rosé.



Quando visitamos Salzburgo com as crianças em 2013 já tínhamos adorado a cidade e os Crespi tiveram a mesma impressão.
Prédios e monumentos históricos em perfeitas condições de conservação e um astral muito bom. Pessoas amigáveis e um clima (no verão!) agradável para passar a tarde caminhando ou pedalando.
Jantamos no camping mesmo pois o dia tinha sido longo e partimos na manhã seguinte rumo à Bled, na Eslovênia.

Bled é uma cidade turística à beira de um lago do mesmo nome, no noroeste do país. O castelo de Bled fica no topo de uma colina em frente ao lago e a vista é tirada de um livro de histórias infantis. Com 6.300 habitantes a cidade recebeu mais de 11 milhões de turistas por pelo menos uma noite no ano de 2016. Desnecessário dizer que a maioria durante o verão.
Depois e estacionar os motorhomes no Camping Sobec fomos pedalando para o centro. Deixamos as bikes presas à uma árvore e andamos em volta do lago para subirmos a colina para o castelo.



Na volta, tentamos ir pedalando até à garganta de Vintgar, mas depois de uma longa subida resolvemos voltar na manhã seguinte antes de seguirmos viagem.
A ideia era visitar a garganta pela manhã e seguir para a Croácia. Por sorte chegamos praticamente na hora em que abriu a bilheteria pois o volume de turistas ainda era pequeno devido à distância da cidade. Quando completamos a caminhada e começamos a voltar, o trânsito de pessoas nas passarelas de madeira já estava bem intenso.


Saímos de lá no meio da manhã para ir para a Croácia. No caminho, resolvemos parar para almoçar e conhecer Ljubljana por indicação de uma amiga da Paula Crespi.
Estávamos viajando em dois motorhomes de 7 metros de comprimento. Já não é tarefa fácil estacionar em cidades europeias, com dois veículos enormes a dificuldade aumenta muito! Conseguimos duas vagas no centro de Ljubljana, depois de rodarmos bastante, só que, embaixo de uma enorme placa P (parking), com algo escrito em esloveno.
Achei que tinha dado muita sorte de achar um lugar para os dois no meio de uma cidade lotada de turistas. Fomos almoçar e passeamos um pouco no centro da cidade que é bem simpática. Chegamos no estacionamento bem na hora em que estavam guinchando os dois motorhomes. O meu já estava em cima da plataforma!
Corri para conversar com a guarda e pedir para liberá-los ali mesmo. Levei uma bronca por estacionar onde tinha uma placa dizendo que o lugar era só para emergências. Pensei em argumentar que quando estou com fome é uma grande emergência, mas achei melhor apenas me desculpar. Nem mencionei que o fato de estar escrito "Só para emergências" em esloveno, me desobrigaria de entender... de novo achei melhor ficar quieto e tentar contornar a situação em vez de piorá-la.
Mais do que depressa tratei de me prontificar a pagar a multa e a despesa do guincho. Queria evitar que levassem o veículo para o estacionamento do departamento de trânsito. O guarda amoleceu um pouco e aceitou. (Enquanto o Crespi foi na agência do correio pagar as duas multas, eu puxei conversa com o guarda.)
O guarda acabou ficando meu amigo e disse que Interlagos era seu autódromo preferido na Fórmula 1 e era uma pena que ia acabar. Quando disse que tínhamos muita corrupção no Brasil ele riu e disse que lá também, mas eram menos espalhafatosos.
Multa de 40 euros, mais 100 euros do guincho para cada motorhome!


O almoço saiu bem caro...
Partimos para a Croácia e na fronteira, enquanto aguardávamos nossa vez de mostrar os passaportes, um guarda de trânsito mandou o Crespi sair da fila. Perguntou aonde estava o selo para dirigir na Eslovênia. Quando ouvi a Paula dizer isso pelo rádio pensei: "Vou ouvir muito se der problema..."
A Dani (minha esposa) havia me dito quando paramos para comer em um posto da estrada, que deveríamos comprar um selo igual ao que compramos na Áustria. Chamam de Vignette. Dei o meu característico "nãaaaaaoooo" e partimos sem ele. Deveriam nos avisar e não esperar que adivinhássemos o que era preciso.... (não estava escrito em lugar nenhum e ninguém mencionou nada no posto).
Por sorte o guarda não olhou para nosso motorhome e passamos a fronteira incólumes. O Crespi levou outra multa, dessa vez de 165 Euros. Para eles foi o dia mais caro da viagem, até então. Desnecessário dizer que quase morri de rir. Afinal de contas eu estava certo. Não precisei do Vignette! Já os Crespi...
Entramos na Croácia, país pelo qual nos apaixonamos quando rodamos com as crianças em 2013.